terça-feira, 1 de março de 2016

V SEMINÁRIO DA EPFCL-BRASIL / FCL SÃO PAULO NO ABC


Tema 2016: O diagnóstico da perversão na clínica psicanalítica


Coordenação EPFCL - Brasil: Sandra Mara
Coordenação FCL-SP: Gláucia Nagem
Coordenação no ABC pelo FCL-SP: Brendali Dias
Colaboração no ABC: Flávia Reigado, Patrícia Spessi e Raquel Schimidt

Os seminários da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano Brasil (EPFCL-Brasil) no ABC foram criados a partir da transferência de trabalho de colegas psicanalistas da região, com esta associação a partir do Fórum do Campo Lacaniano São Paulo (FCL-SP), que dá suporte aos seminários visando manter a interlocução destes psicanalistas com as instâncias  do Fórum a partir dos 3 eixos que o norteiam: a crítica, a articulação com outros discursos e a polarização em direção a uma Escola de Psicanálise.
Dialogando com os temas da EPFCL-Brasil  "Problemas cruciais para a psicanálise na atualidade" e do FCL-SP "Os desenlaces na clínica psicanalítica" nosso tema deste ano será "O diagnóstico da perversão na clínica psicanalítica". A escolha deste tema leva em conta a realidade institucional, em que muitos de nós trabalhamos e que nos confronta no cotidiano com discursos que assombram nosso imaginário através de relatos enigmáticos e angustiantes, inclusive podendo ser confundidos ou comparados, na comunidade analítica à psicopatia, sociopatia, personalidade antissocial, etc. Incluindo-se o fato de haver pouca produção teórica neste campo em comparação com a neurose e a psicose, propomos abordar esse complexo diagnóstico no decorrer do ano, visando desmistificar os assombros causados por essa estrutura.
Após cada conferência, sobre o tema apresentado, teremos o "Espaço Escola", que se trata de uma fala do conferencista sobre a escola de psicanálise. Todas (os) as (os) inscritas (os) no Seminário estão convidados a participar.

Conferencistas:

19 de março: Maria Lúcia Araújo
30 de abril: Dominique Fingerman
21 de maio: Christian Dunker
25 de junho: Gláucia Nagem
27 de agosto: Beatriz Oliveira
24 de setembro: Helena Bicalho
29 de outubro: Raul Pacheco

Mais informações:

Local dos encontros: Rua Coronel Ortiz, 272 - Centro - Santo André - SP
Horário: Conferência das 13:30h às 15:15h e Espaço Escola das 15:45h às 16:45h. (sempre aos sábados).
*Valor único para todos os encontros: R$ 200,00 à vista ou em 3x com cheque
*Inscrições pelo e-mail: brendalidias@hotmail.com

Mais informações sobre o Fórum do Campo Lacaniano acesse: www.campolacaniano.com.br

Sobre a Psicanálise

Psicanálise  é um campo clínico de investigação teórica da psique humana independente da Psicologia, que tem origem na Medicina, desenvolvido por Sigmund Freud, médico que se formou em 1882, trabalhou no Hospital Geral de Viena e teve contato com o neurologista francês Jean Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da hipnose.
Freud, médico neurologista austríaco, propôs este método para a compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente abrangendo três áreas:
1.   um método de investigação do psiquismo e seu funcionamento;
2.   um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano;
3. um método de tratamento caracterizado pela aplicação da técnica da Associação Livre
Essencialmente é uma teoria da personalidade e um procedimento de psicoterapia; a psicanálise influenciou muitas outras correntes de pensamento e disciplinas das ciências humanas, gerando uma base teórica para uma forma de compreensão da ética, da moralidade e da cultura humana.
Em linguagem comum, o termo "psicanálise" é muitas vezes usado como sinônimo de "psicoterapia" ou mesmo de "psicologia". Em linguagem mais própria, no entanto, psicologia refere-se à ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, psicoterapia ao uso clínico do conhecimento obtido por ela, ou seja, ao trabalho terapêutico baseado no corpo teórico da psicologia como um todo, e psicanálise refere-se à forma de psicoterapia baseada nas teorias oriundas do trabalho de Sigmund Freud; psicanálise é, assim, um termo mais específico, sendo uma entre muitas outras formas de psicoterapia.

Definição
De acordo com Sigmund Freud, psicanálise é o nome de (1) um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro modo, (2) um método (baseado nessa investigação) para o tratamento de distúrbios neuróticos, e (3) uma coleção de informações psicológicas obtidas ao longo dessas linhas, e que gradualmente se acumulou numa "nova" disciplina científica. [5] A essa definição elaborada pelo próprio Freud pode ser acrescentada um tratamento possível da psicose e perversão, considerando o desenvolvimento dessa técnica.
Ainda segundo o seu criador, a psicanálise cresceu num campo muitíssimo restrito. No início, tinha apenas um único objetivo — o de compreender algo da natureza daquilo que era conhecido como doenças nervosas ‘funcionais’, com vistas a superar a impotência que até então caracterizara seu tratamento médico. Em sua opinião, os neurologistas daquele período haviam sido instruídos a terem um elevado respeito por fatos químico-físicos e patológico-anatômicos e não sabiam o que fazer do fator psíquico e não podiam entendê-lo. Deixavam-no aos filósofos, aos místicos e — aos charlatães; e consideravam não científico ter qualquer coisa a ver com ele.
Os primórdios da psicanálise datam de 1882 quando Freud, médico recém formado, trabalhou na clínica psiquiátrica de Theodor Meynert, e mais tarde, em 1885, com o médico francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França). Sigmund Freud, um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos. Ao escutar seus pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originaram da inaceitação cultural, ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconsciente. Notou também que muitos desses desejos se tratavam de fantasias de natureza sexual. O método básico da psicanálise é o manejo da transferência e da resistência em análise. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente (método de associação livre). Suas aspirações, angústias, sonhos e fantasias são de especial interesse na escuta, como também todas as experiências vividas são trabalhadas em análise. Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade. Uma postura de não-julgamento, visando a criar um ambiente seguro.
A originalidade do conceito de inconsciente introduzido por Freud deve-se à proposição de uma realidade psíquica, característica dos processos inconscientes. Por outro lado, analisando-se o contexto da época observa-se que sua proposição estabeleceu um diálogo crítico à proposições Wilhelm Wundt (1832 — 1920) da psicologia com a ciência que tem como objeto a consciência entendida na perspectiva neurológica (da época) ou seja opondo-se aos estados de coma e alienação mental.